O armazenamento de água nos reservatórios que abastecem o Rio de Janeiro está operando com 24% de sua capacidade, segundo o último levantamento da Agência Nacional de Águas (ANA).
Como comparação, em setembro de 2020, o volume era de 32%. O índice mais baixo já registrado foi em janeiro de 2015, quando os reservatórios da Bacia do Paraíba do Sul chegaram a 2,23% de sua capacidade máxima.
De acordo com a Light, as cinco hidrelétricas operadas pela empresa na região estão gerando energia normalmente e a produção está sob controle.
Contudo, o Rio de Janeiro faz parte de um sistema elétrico nacional e interligado. Isso quer dizer que, caso falte energia em outros estados, o Rio de Janeiro pode enfrentar apagões.
Apagão no sábado
No sábado (18), moradores relataram apagão em cidades das regiões Serrana e dos Lagos. Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), apagão no Sudeste não tem relação com a crise hídrica.
As regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil têm 70% do armazenamento de água do país. E o nível dos reservatórios nestas regiões já está abaixo dos 20%, segundo a ANA.
Em relação ao abastecimento de água na região metropolitana do Rio, Jerson Jelman é mais otimista. Segundo ele, o sistema Guandu recebe 130 metros cúbicos por segundo de água do Rio Paraíba do Sul. Desse total, a Cedae capta 40 metros cúbicos por segundo para tratamento.
“Portanto, sobra água, porque a razão pra desviar é pra produzir energia elétrica. Se olharmos o estoque de água dos reservatórios do Paraíba do Sul, eles estão com 24%. Não é muito confortável, mas é melhor do que outras bacias que estão mais secas. Sempre é bom usar os recursos com parcimônia. Água e energia. A principal mensagem para o Rio é: Economizem água e energia elétrica”, recomendou o ex-presidente da ANA e Aneel.
Independente do Rio sofrer com possíveis apagões de energia, Maurício Tolmasquim avalia que a crise hídrica do país já tem consequências graves.
“Talvez o que possa falar é que independente da gente ter blecaute ou não ter, a crise já tem um efeito muito ruim, no bolso e na inflação. O dano já está feito mesmo que não tenha apagão, que todos esperamos que não ocorra”, explicou. G1