Política

Médico relata ameaças de vereador Gabriel Monteiro durante plantão BNRJ

Ameaças teriam acontecido durante visita de parlamentar com homens armados na UPA de Magalhães Bastos, na Zona Oeste do Rio. Ministério Público investiga se houve abuso de autoridade por visitas. Médico da UPA de Magalhães Bastos diz ter sido ameaçado pelo vereador Gabriel Monteiro e seguranças armados, no meio do plantão
Um médico que estava de plantão na UPA de Magalhães Bastos, na Zona Oeste do Rio, relatou que foi ameaçado pelo vereador Gabriel Monteiro e sua equipe. O Ministério Público investiga se o vereador cometeu abuso de autoridade por várias visitas semelhantes.

Dois médicos estavam de plantão na unidade quando a confusão começou. Um deles disse que o vereador e os seguranças estavam armados, e que ameaçaram os profissionais.
” Eu fui tirar a minha hora de descanso quando fomos abordados, batendo, batendo na cama, no quarto dos enfermeiros, com uma total falta de respeito. Nunca imaginei que ia ser acordado por pessoas armadas do meu lado”, contou o médico, que não quis ser identificado, por telefone.
O médico disse ainda que vai levar o caso para o Conselho Regional de Medicina.
Outras invasões
Câmara investiga vereador Gabriel Monteiro por fiscalizações em unidades de saúde sem autorização
Depois de eleito em 2020, com a justificativa de fiscalizar o poder público, Gabriel Monteiro passou a se utilizar do mandato para invadir unidades públicas de saúde. Uma delas foi a Coordenação de Emergência Regional do Leblon, na Zona Sul.

No dia 26 de março, Gabriel invadiu a unidade sem autorização da direção. Gabriel entrou na área específica para internados com Covid-19 e utilizou equipamentos sem higienização, como o celular, acompanhado de assessores.
Em um ofício do Conselho Regional De Medicina enviado à Câmara, os profissionais da CER Leblon afirmaram que o vereador entrou em uma unidade destinada a pacientes com covid-19, com 20 pacientes em ventilação mecânica, dependendo de altíssimo cuidado e vigilância, sem respeitar normas sanitárias.
Cremerj denuncia vereador Gabriel Monteiro (PSD-RJ) por abuso de autoridade após prisão de médica em unidade de saúde do Rio
Reprodução/ YouTube
O ofício dizia ainda que o motivo da visita não se tratava de uma fiscalização, mas sim de promover mídia em benefício próprio às custas de acusações infundadas e humilhando os profissionais de saúde.
O vereador esteve no hospital Albert Schweitzer, em Realengo, administrado pela Organização Social Cruz Vermelha, no dia 7 de abril. Em um momento do vídeo, aparece cercado por pelo menos outras oito pessoas.

Gabriel chegou a bater boca com médicos, que estavam trabalhando.
O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) afirma que a lei orgânica do município do rio de janeiro estabelece o livre acesso de vereadores às repartições públicas municipais, mas certamente não lhe confere o direito de abusar de suas prerrogativas, violar direitos constitucionalmente assegurados.
Respostas
O vereador Gabriel Monteiro disse que não houve ameaça e nem constrangimento a nenhum profissional da UPA, e afirmou que recebeu várias denúncias sobre profissionais dormindo durante o serviço na unidade.
Segundo o vereador, o médico que o acusou estava descontrolado, agrediu um policial e poderia ter sido preso em flagrante. Ainda de acordo com o parlamentar, toda a escolta dele tem porte de arma, mas ninguém usou as armas.

A Secretaria Municipal De Saúde afirmou que quando o vereador chegou na unidade, não havia pacientes pra serem atendidos na sala de espera, e que o médico estava no seu horário de descanso, podendo ser acionado a qualquer momento, caso algum paciente desse entrada na UPA.
O Conselho Regional De Medicina declarou que repudia atitudes ofensivas, intimidadoras e violentas durante as vistorias, e que médicos e pacientes devem ser respeitados e atitudes sensacionalistas só causam prejuízos à boa assistência médica.
A Câmara De Vereadores disse que fez duas reuniões em que Gabriel Monteiro foi ouvido sobre fatos ocorridos em ocasiões anteriores e que novas denúncias vão ser averiguadas pelo Conselho de Ética.
O MPRJ afirmou que requisitou a abertura de inquérito à 36ª DP (Santa Cruz) para verificar a existência de irregularidades e possível prática de crime, mas não nos respondeu sobre a outra investigação, aberta no início do ano.   Informações  REDE BCN

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