Polícia Civil e MPRJ prenderam 4 em operação em 7 estados contra suspeitos de apologia ao nazismo. Polícia Civil e Gaeco prendem quatro pessoas por apologia ao nazismo Um dos alvos presos na operação contra suspeitos de integrar células neonazistas em sete estados do Brasil tinha armamento e planos para cometer um ataque em festas de final de ano em São Paulo. A informação foi confirmada pela Polícia Civil do Rio após a operação que prendeu quatro pessoas e cumpriu trinta mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira (16). “Apreendemos armas de fogo, bombas caseiras. O alvo disse que usaria as bombas caseiras em uma festa de final de ano”, disse o delegado Adriano Franca, titular da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), durante coletiva. “Essa operação não acaba aqui. Com certeza, com a perícia dos aparelhos, chegaremos a outros alvos”, falou França. Já o promotor Bruno Gaspar disse que a investigação e a operação também possuem um aspecto “educativo”. “Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão na casa de adolescentes, e isso serve de alerta também para os pais. Alguns pais não tinham o menor conhecimento do que seus filhos estavam publicando nas redes sociais”, afirmou. Também participaram da coletiva Felipe Curi, titular do Departamento-Geral de Polícia Especializada, e Bruno Gangoni, coordenador do Grupo de Atuação Especializado no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público. Delegados e promotores falam sobre a Operação Bergon, contra um grupo extremista Henrique Coelho/g1 Rio LEIA TAMBÉM: Polícia Civil e MPRJ prendem 4 em operação em 7 estados contra suspeitos de apologia ao nazismo Polícia Civil prende homem com explosivo em operação contra suspeitos de apologia ao nazismo em Campinas Santa Catarina A investigação sobre a existência de células neonazistas no Rio começou após o atentado à uma creche em Santa Catarina e as apreensões de celulares de suspeitos de conexão com o crime. “A partir dos celulares apreendidos se chegou a um pessoa do Rio que representaria uma das células neonazistas. A célula do Rio não conversou diretamente com os responsáveis pelo atentado de Santa Catarina”, explicou Gaspar. A ajuda do governo americano e da Secretaria de Segurança de Santa Catarina, segundo ele, foi fundamental. “O governo americano produziu relatórios de inteligência sobre o que aconteceu em Santa Catarina. A secretária de Segurança de Santa Catarina passou essas informações. Obtivemos autorização para analisar esses aparelhos eletrônicos”, pontuou. Quatro presos As prisões foram em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense; em Valença, no Centro-Sul do RJ; e em Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo. Lá, a polícia apreendeu facões, arco e fechas e livros sobre o nazismo. Agentes saíram para cumprir, no total, quatro mandados de prisão e 31 de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Suspeito preso em Suzano tinha facões e livros sobre o nazismo Reprodução Alerta dos EUA As investigações duraram sete meses e começaram após um alerta do Cyber Lab e da Homeland Security Investigations (HSI), órgãos do governo dos EUA. Ainda em maio, a partir dessas informações, agentes da Dcav prenderam um suspeito. A polícia apreendeu com ele um computador, um telefone e quatro videogames. Na análise dos aparelhos, agentes da Dcav descobriram que ele mantinha contato com adultos e menores. O suspeito integrava grupos de WhatsApp cujos membros se autodeclaram nazistas, ultranacionalistas e nacional-socialistas. O nome da operação faz alusão à freira francesa Denise Bergon, que usou seu convento para abrigar crianças judias entre alunos católicos durante a Segunda Guerra Mundial, evitando que fossem capturadas pelos nazistas.
FONTE: G1 RJ