As milícias do Rio de Janeiro ocupam 58% do território do estado, controlam um contingente populacional de aproximadamente 2 milhões de pessoas, mas só têm 37 pessoas na lista de procurados pela Justiça.
O descompasso, um indicativo das falhas da política de segurança no combate a grupos paramilitares, também se agrava pelo fato de milicianos dominarem a área do estado com o maior índice de letalidade violenta e de crimes violentos letais e intencionais, segundo o Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro.
O Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos, da Universidade Federal Fluminense, aponta que as milícias são beneficiadas pelo poder público devido ao baixo índice de investidas contra o grupo criminoso. Um exemplo é o baixo número de operações policiais em áreas dominadas por milicianos.
A justificativa de fazer uma guerra às drogas não pode ser a única da maior atuação contra o Comando Vermelho, uma vez que, como revelado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e por diversas reportagens, alguns grupos de milícias se aliaram ao Terceiro Comando e também passaram a comercializar drogas.
Nesta semana, o secretário da Polícia Civil do Rio, Allan Turnowski, completou um ano de gestão à frente da pasta e comemorou um recorde: nunca foram presos tantos milicianos quanto em sua administração, o que de fato é um avanço. Mas, a considerar os dados, ainda parece ser pouco.
A Polícia Civil foi procurada pela coluna para se manifestar sobre a questão, mas não respondeu até o momento de publicação desta reportagem. Fonte Metrópoles.