A Polícia Civil publicou, em Diário Oficial, nesta segunda-feira (27/12), a demissão dos agentes Carlos Augusto Farnochi Cordeiro e Renato Zille Cardoso. Eles estão foragidos e são acusados de integrarem uma organização criminosa envolvida em esquema lavagem de dinheiro relacionado a facções criminosas que atuam no estado do Rio.
Relacionado com o mesmo caso, também nesta segunda a Polícia Civil cumpriu oito dos 11 mandados de prisão expedidos pela Justiça durante a Operação Network, um desdobramento da ação realizada em 26 de maio. A nova ação tem como alvos envolvidos em um esquema de venda de drogas e de armas, lavagem de dinheiro e vazamento de informações de operações policiais.
De acordo com a Polícia Civil, os agentes Carlos Augusto Farnochi Cordeiro e Renato Zille Cardoso faziam parte da quadrilha. Eles avisavam os traficantes de operações policiais nas comunidades e chegavam a receber do tráfico até R$ 11 mil por semana.
Na operação de maio, a Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) cumpriu cinco mandados de prisão temporária e 34 de busca e apreensão, sendo apreendidos veículos de luxo – um Jaguar, avaliado R$ 500 mil, dois Land Rover Evoque, além de outros cinco carros -, joias, vultosa quantia em dinheiro, celulares, computadores e documentos.
A Justiça também determinou o sequestro de dois imóveis e o bloqueio de contas bancárias. Os valores arrecadados com as apreensões são de cerca de R$ 5 milhões.
Ramificação
“Quando estávamos preparando para finalizar essa primeira operação, o nosso setor de busca eletrônica detectou uma ramificação de venda de drogas, armas e de informações de operações policiais. Após tomar conhecimento dessa informação, passamos esse desdobramento das investigações ao departamento, que identificou os policiais civis e militares que integravam a quadrilha. Essa informação foi depois encaminhada para as respectivas corregedorias”, disse o delegado assistente da DCod Vinícius Domingos
Segundo o delegado Leonardo Borges, da Corregedoria Interna da Polícia Civil, Carlos e Renato recebiam o dinheiro de diferentes facções. A dupla se passava por policiais da DCOD e “de algumas facções criminosas recebiam R$ 1,5 mil e de outras até R$ 11 mil por semana”, disse. Os policiais, no entanto, trabalhavam em outras delegacias: Carlos estava lotado na Delegacia de Atendimento ao Idoso e Terceira Idade, enquanto Renato trabalhava na 16ª DP (Barra da Tijuca). Fonte Metrópoles